Há algum tempo não tenho escrito artigos para um jornal de Brotas, comentando assuntos que acredito serem pertinenetes para a educação ambiental, pois me inspiro no trabalho de receber alunos de diversos níveis sociais, culturais e econômicos para vivenciarem o programa Tamanduá de educação ambiental e estudo do meio da Fazenda Hotel e Ecoturismo Areia que Canta.
Também, lecionei na rede estadual de ensino do município vizinho (São Pedro), sendo professora eventual para aulas de diferentes disciplinas.
Ambos os trabalhos me inspiraram para relatar alguns fatos que observo nas gerações de jovens e crianças que estão se formando por ai.
Quando eu era mais nova, costumava brincar na rua com a molecada, eram diversas brincadeiras que, no final do dia, eu estava exausta de tanto fazer atividades físicas, que até hoje me inspiram na relação que tenho com o meu corpo e na disposição que estabeleço para realizar qualquer atividade física. Foram tempos muito divertidos!
Certamente, meu organismo não é mais o mesmo, mas procuro manter minha saúde para que se eu precisar pular um muro, sair correndo, subir numa árvore, ou mesmo me defender, eu dê um jeito e atenda a necessidade do momento.
O que tenho observado nesta nova geração é a tendência ao sedentarismo, acostumados com a cultura da violência e da tecnologia que consome horas em frente a uma máquina para diferentes fins (jogos, conversas, pesquisas, etc.), estes jovens não fazem as atividades físicas que costumávamos fazer, muitas vezes estão sem resistência para uma caminhada mais longa, para uma aventura junto à Natureza ou mesmo um bom jogo de bola, apresentando inclusive doenças típicas da idade avançada: pressão alta, problemas cardíacos e respiratórios.
Observo até indícios de obesidade, meninas novas cheias de celulite, preocupadas com a estética e a aparência enquanto devoram refrigerantes, hambúrgueres, frituras, e muitos alimentos industrializados, reclamando de caminhar 700 metros numa trilha de nível fácil.
Sim, brincar na rua não é mais tão seguro quanto era antigamente, os shoppings e as lan-houses são bem mais seguras que os ambientes externos. Também vivemos intensamente a cultura do consumo onde o importante é ter e não ser, nem se sabe para que ter aquilo tudo, mas se está na moda, quem quer ficar de fora? Vamos às compras!
A criançada também segue esta tendência na mesma intensidade que aprende na sociedade e em casa.
Por sinal, esta é uma outra questão que me preocupa, se queremos um mundo melhor, que tal formarmos pessoas melhores? Mais condizentes com um mundo solidário, sadio, com qualidade ambiental e responsabilidade socioeconômica.
Muitas vezes os pais estão ausentes, em seus trabalhos, e para compensar a ausência compram o amor de seus filhos, comprando-lhes tudo aquilo que lhes agrada, que lhes faça sentir com atenção e dai se vangloriar que os pais atendem aos seus desejos, mesmo sem terem uma atuação mais intensa na formação destas pessoas jovens, que aos poucos vão aprendendo que até o amor é um bem de consumo.
Apenas espero um mundo melhor, para pais e filhos, e até mesmo que a Natureza seja beneficiada quando esta molecada aprender que subir em árvore, nadar no rio, empinar pipa, tomar um banho de chuva, brincar de roda, tocar musica, fazer arte, andar a cavalo são brincadeiras muito legais!
- Fazenda Hotel e Ecoturismo AREIA QUE CANTA
- Brotas, SP, Brazil
- Sendo uma fazenda estruturada para bem receber, com todo estilo da vida rural, o Areia que Canta oferece diversas atividades de lazer, a culinária da fazenda, passeios deliciosos, uma ampla estrutura para eventos e a experiência inesquecível de estar em meio à Natureza. Para aqueles que apreciam a culinaria de fazenda: todo sábado, o pessoal do restaurante ensina uma nova receita, com direito a degustação! Faça-nos um visita, será um prazer recebe-los aqui!
