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Brotas, SP, Brazil
Sendo uma fazenda estruturada para bem receber, com todo estilo da vida rural, o Areia que Canta oferece diversas atividades de lazer, a culinária da fazenda, passeios deliciosos, uma ampla estrutura para eventos e a experiência inesquecível de estar em meio à Natureza. Para aqueles que apreciam a culinaria de fazenda: todo sábado, o pessoal do restaurante ensina uma nova receita, com direito a degustação! Faça-nos um visita, será um prazer recebe-los aqui!

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segunda-feira

Devolução dos Animais à Natureza

Neste ano passado, a Fazenda Tamanduá foi o destino escolhido para a soltura de animais silvestres apreendidos pelo IBAMA e recuperados em cativeiro.
Por estar integrado ao Corredor Ecológico da várzea do rio Jacaré Pepira, a região da Nascente Areia que Canta oferece condições ideais para que os animais silvestres encontrem condições de viver.
Foi realizada a soltura de um cervídeo. A região é habitat da espécie Ozotoceros bezoarticus, comumente conhecido como veado campeiro.

Informações: VEADO CAMPEIRO

 Altura: 1,20 a 1,45 m
Peso: Peso de 30 a 40 kg
Comprimento: Comprimento do corpo e cabeça de 1,1 a 1,3 m, cauda de 10 a 15 cm
Ocorrência Geográfica: Sul da bacia Amazônica, estado do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, chegando até o alto rio São Francisco, em Minas Gerais (no sentido leste) e ao Rio Grande do Sul (sentido sul). De acordo com alguns autores, a espécie pode ainda ocorrer em áreas de Caatinga.

O veado-campeiro é um cervídeo campestre, tem a pelagem dorsal marrom, contorno da boca, círculo ao redor dos olhos e barriga brancos e galhada com três pontas e cerca de 30 cm de altura.

É encontrado mais comumente sozinho ou em grupos de até três animais; porém, já foram encontrados grupos de até 11 indivíduos.

Possuem chifres de três pontas que podem alcançar 30 cm de comprimento; sua galhada é composta de dois chifres: um galho cuja ponta é voltada para frente e o outro com duas pontas, para trás. Esta composição começa a aparecer após o terceiro ano de vida do animal.

É um animal extremamente ágil, podendo correr a 70 km/h e pular obstáculos sem diminuir a velocidade. Os saltos são suficientes para cruzar pequenos rios; quando não, nadam com facilidade.

Pasta em pequenos bandos pelo Cerrado.Alimentam-se essencialmente de gramíneas, e desprezam os capins mais adequados para o gado. Porém se alimentam de outras plantas que quase nenhum outro animal come como o alecrim-do-campo, o assa-peixe, o capim-favorito e vagens de barbatimão.
O período de maior atividade é a noite, mas durante o dia é possível observá-lo, em locais onde não sofre perseguição. Quando percebe algo perigoso, fica com a cabeça erguida, orelhas em pé e imóvel, pronto para disparar em grande corrida. Possui várias glândulas que produzem cheiros característicos da espécie. Estas se situam na base das narinas/abaixo dos olhos/tornozelos/entre os dedos posteriores. A última produz odores bastante fortes, semelhantes ao suor humano.
A hierarquia social é determinada através de disputas nas quais os machos empurram seus adversários com os chifres, numa prova de força. Disputando as fêmeas, os machos lutam valentemente. Às vezes seus chifres galhudos ficam presos, e os brigões, não conseguindo se separar morrem de fome e viram alimentos para outros bichos.

O nascimento dos filhotes chatos e de alimentos, no fim das enchentes do pantanal ou após as queimadas naturais, épocas em que ervas, gramíneas e arbustos começam a rebrotar.

Sua população está bastante reduzida por causa da caça, da febre aftosa (transmitida pelo gado), das queimadas e da perda do habitat natural, decorrente da ocupação agropecuária do cerrado e pampas. Ironicamente, muitos fazendeiros culpam o veado pela disseminação da febre aftosa e acabam abatendo o animal para proteger o gado. O veado-campeiro é uma das sete espécies de cervídeos que existem no Brasil, ocorrendo principalmente em áreas abertas. Em toda a sua área de distribuição, as populações encontram-se reduzidas. Parece não ocorrer em matas de galeria.
Fontes: blog "animais em extinção"

Para que haja a soltura de forma responsável, o IBAMA nos dá as seguintes informações:

Não devolva animais à natureza

Devolver os animais apreendidos ou domesticados à natureza, apesar de ser freqüentemente considerado a opção mais popular por agências apreensoras é entretanto, uma ação cheia de riscos e problemas reais e geralmente traz poucos benefícios. Dentre estes riscos e problemas incluem: (não são limitados por isso):
1. Morte do animal - a mortalidade de animais reintroduzidos é normalmente alta. Mamíferos confiscados e aves capturadas quando filhotes não aprenderam as habilidades necessárias a sua sobrevivência na selva. Outros animais podem estar enfraquecidos e, de outra forma, afetados pelo tempo de cativeiro e assim, menos capazes de sobreviver. Há pouca chance de sobrevivência se os animais são soltos num local que não seja apropriado para a ecologia ou comportamento da espécie. Finalmente deve ser avaliado se a reintrodução provocou algum dano nas populações nativas com a interferência da entrada de novos espécimes.
2. Aumento das populações - animais reintroduzidos fora de sua área natural - se conseguirem sobreviver - poderão se tornar pragas em potencial. Os efeitos da invasão de espécies diferentes são uma grande causa de perda da biodiversidade sendo que tais espécies competem com as nativas e comprometem a integridade ecológica do habitat nos quais se estabeleceram.
3. Ameaça à vida de outros animais - sendo objetos de comércio ou compartilhando espaço com outros animais selvagens e, algumas vezes, com animais domesticados, esses animais confiscados podem ter sido expostos a doenças e parasitas. Se reintroduzidos, podem infectar outros animais selvagens, causando assim problemas sérios e potencialmente irreversíveis.
4. A origem é incerta - em muitos casos, os animais confiscados podem ter percorrido grandes distâncias do local de origem e trocado de mãos muitas vezes, tal que sua proveniência é incerta. Desta forma, pode ser impossível ou muito difícil estabelecer o local apropriado para o retorno dos mesmos que leve em consideração as necessidades ecológicas das espécies, o material genético dos animais e outros atributos que são importantes para minimizar os riscos (por exemplo, competição, hibridização) para as populações selvagens num local de reintrodução.
5. Distúrbios no ecossistemas - com a retirada da espécime do ecossistema, o nicho ecológico desocupado pelo animal pode já ter sido ocupado por outros espécimes e retorno do animal poderia resultar num futuro distúrbio do ecossistema.
Programas responsáveis pela reintrodução de animais à natureza (c.f. IUCN 1998) são processos de empenho em longo prazo que requerem recursos humanos e financeiros substanciais.

Métodos corretos de devolver os animais a natureza

A maneira correta é através das SOLTURAS feitas por pessoas capacitadas para tal. As solturas estão geralmente associadas a translocações, introduções e reintroduções, que são definidas a seguir:
I- Reintrodução
É a técnica útil no restabelecimento de uma população em seu habitat original, onde foi extinta. As reintroduções somente devem ser levadas adiante se as causas originais da extinção tiverem sido removidas ou puderem ser controladas e se o habitat apresentar todos os requerimentos específicos necessários.
Primeiramente faz-se um estudo da viabilidade levando em conta:
1. a área de reintrodução e aos animais a serem reintroduzidos (mudança do habitat desde a extinção local da espécie, existência de indivíduos selvagens a serem transferidos ou de indivíduos nascidos ou mantidos em cativeiro);
2. a atitudes da sociedade local- se são favoráveis ou não, implicando na elaboração de programas educacionais;
3. se os animais a serem reintroduzidos são da mesma subespécie previamente existente na área e, se possível, do mesmo estoque original;
4. se há os recursos financeiros e humanos necessários ao cumprimento de todas as fases inclusive a final, de acompanhamento;
A preparação para soltura:
Conhecer as necessidades biológicas do animal (idade ideal, proporção sexual ideal, estação do ano, técnicas de captura e transporte, livrar os animais de doenças e parasitas, proporcionar aclimatação, ajudar os animais na aprendizagem de vários comportamentos necessários à sua sobrevivência, etc) e principalmente a dinâmica ecológica da área de reintrodução;
Acompanhamento após a soltura:
1. conduzir pesquisa para determinar a taxa de adaptação e a dispersão dos animais soltos, a necessidade de futuras solturas e a identificação das razões de sucesso ou falha do programa;
2. monitorar o impacto da reintrodução da espécie no habitat.
. revigoramento Populacional ou "Re-stocking".
II - Revigoramento populacional (Re-stocking)
É a soltura de uma determinada espécie, com a intenção de aumentar o número de indivíduos de uma população, em seu habitat e distribuição geográfica originais. Deve ser realizado somente após estudos sistemáticos da dinâmica populacional na área a ser trabalhada.
O revigoramento populacional é justificado quando:
1.uma pequena população encontra-se em grande risco de retrocruzamento;
2. uma população diminuiu a níveis críticos e o crescimento natural será perigosamente lento;
3. há necessidade de trocas artificiais e taxas artificialmente mais altas de imigração entre pequenas populações isoladas geograficamente;
Antes de se proceder a um "re-stocking" deve-se:
1. certificar de que a inviabilidade da população resulta de sua própria constituição genética e não do manejo inadequado da área ou dos espécimes, causando deterioração do habitat e/ou utilização não sustentável da população;
2. ter muita atenção quanto à constituição genética do estoque a ser utilizado em um revigoramento populacional. A manipulação genética do estoque silvestre deve ser mantida a um mínimo, caso contrário a habilidade de sobrevivência da espécie ou população pode ser adversamente afetada;
3. Observar que, em espécies com vasta distribuição geográfica, e onde o revigoramento se dê nos limites climáticos e ecológicos de sua distribuição, cuidados devem ser tomados no intuito de se utilizar indivíduos provenientes de zonas climáticas e ecológicas similares, de modo a não comprometer o genótipo de resistência das populações das áreas limites da distribuição;
4. Conhecer a procedência, a idade, sexo e o estado de saúde dos animais utilizados. O perigo de introduzir doenças nas populações silvestres deve ser evitado, principalmente por aqueles animais que possam transmitir zoonoses;
5. Observar que, em casos de ser realmente necessário liberar na natureza, animais de cativeiro reabilitados, é mais seguro proceder a uma reintrodução, onde não haverá perigo de infectar populações silvestres da mesma espécie com novas doenças e onde não se criará problemas de aceitação social dos animais, por espécimes silvestres.
III- Introduções:
É a soltura de indivíduos de uma espécie em uma área em que a espécie não ocorria naturalmente. Pode ser relativa a espécies nativas (brasileiras) ou exóticas.
IV- Reabilitação:
A reabilitação é um processo de treinamento para sobrevivência em ambiente natural a que devem ser submetidos animais nascidos em cativeiro ou que tenham sido capturados na natureza enquanto ainda filhotes e criados em cativeiro. Este processo deve envolver aspectos de reconhecimento e utilização de alimentação natural da espécie, comportamentos relacionados a reconhecimento e fuga ou defesa contra predadores naturais, a identificação e relacionamento com parceiros reprodutivos, cuidados com filhotes, etc. Para a grande maioria de espécies de mamíferos e aves, o processo de reabilitação deve ser parte integrante de qualquer projeto de introdução ou reintrodução em áreas naturais, envolvendo animais provindos do cativeiro. Durante o processo de reabilitação de espécies sociais, se poderia tentar a formação de grupos sociais (similares àqueles característicos para a espécie), para possibilitar reprodução após a soltura (Lindbergh e Santini, 1984). Sempre que possível, se deveria tentar a reintrodução ou translocação de unidades sociais intactas (como grupos familiares). Desta forma, as chances de sucesso tendem a ser aumentadas.
V- Translocação:
É a captura e transferência de animais silvestres, em estado selvagem, de uma parte de sua distribuição natural para outra, com um período curto de tempo de contenção.
As translocações são poderosas ferramentas para o manejo de populações em ambientes naturais e em ambientes que sofreram a intervenção humana, e bem utilizadas podem trazer benefícios para os sistemas naturais e para o homem. Mas se utilizadas de maneira não técnica, as consequências são desastrosas, causando enormes danos ao meio ambiente. (IUCN, 1987).

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